Nas últimas décadas, o Sudeste Paraense tem recebido atenção no cenário amazônico pelas altas taxas de desflorestamento, motivada por diversos agentes e fatores. Partindo dessas considerações, este teve como objetivo analisar o desmatamento na Mesorregião Sudeste Paraense e a sua relação com a expansão da pecuária e os projetos de assentamentos implantados pelo INCRA. Para tanto se fez uso e cruzamento de dados disponibilizados pelo INPE por meio do PRODES, IBGE por meio da PPM, INCRA e IMAZON, aplicando-se análises quantitativas, estatísticas e espaciais. Os resultados demonstraram que até 2020, quase 50% do Sudeste Paraense já havia sido desmatado, com média de 7 mil km² desflorestados por ano. A área em que estão instalados os projetos de assentamentos contribuíram com cerca de 28% desse desmatamento e desse total, cerca de 75% foram desmatados até 2007. Estaticamente, ocorre uma forte correlação entre desmatamento e expansão da pecuária e a criação dos projetos de assentamentos. Destaca-se a necessidade de políticas públicas que possam melhorar a gestão ambiental nesses locais e a utilização e acesso à tecnologia agropecuária, que possa intensificar e estabilizar a produção, diminuindo a incorporação de novas áreas de florestas.