Análise espacial da tuberculose infantil em um município da Amazônia Brasileira

Abstract

A tuberculose (TB) é um grande problema enfrentado pela saúde pública, principalmente em crianças pela dificuldade no diagnóstico. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil e a distribuição espacial da TB em crianças e adolescentes em Porto Velho-RO, no período de 2010 a 2017. Estudo ecológico, com abordagem quantitativa realizado a partir do levantamento das variáveis no SINAN referente aos casos de TB, com idade igual ou inferior a 19 anos, e, posteriormente, analisadas de forma descritiva e espacial, após atender aos preceitos éticos. Os casos de TB em crianças que tiveram como desfecho o abandono e óbito por TB se concentraram na zona sul do município, notificação realizada no serviço de referência terciária, que permaneceu como unidade de tratamento, bem como na APS e serviço especializado. Entre os adolescentes identificou-se apenas o abandono, distribuídos no município, notificações realizadas majoritariamente no serviço de referência e tratamento apenas com a inclusão do Serviço de Atendimento Especializado. Diante de tais achados, torna-se necessário a adoção de estratégias, melhor articulação e comunicação entre os serviços de saúde, além da maior resolutividade da APS.
 Palavras-chave: Tuberculose. Criança. Adolescente. Análise Espacial. Sistemas de Informação.

Características da tuberculose entre crianças e adolescentes em um município da Amazônia Ocidental

“…No que se refere a unidade de saúde de notificação e tratamento, as associações encontradas neste estudo seguem as recomendações do Programa Nacional de Controle da TB (PNCT) que orienta a descentralização da TB para a APS. No caso das crianças, essa atenção é ofertada pelos serviços especializados, porém neste estudo, bem como o que é exposto na literatura, existe uma divergência ao que é recomendado, onde corriqueiramente esta notificação ocorre no nível terciário (Pinto & Freitas, 2018;Xavier et al, 2020), sendo que para este estudo o tratamento continuou neste nível de atenção, na qual é possível inferir sobre o agravamento dos sinais e sintomas. Assim, é essencial o aprimoramento dos métodos de investigação e elucidação diagnóstica da TB para esse grupo, a fim de detectar precocemente os casos para início imediato do tratamento.…”

“…A inserção da unidade de pronto-atendimento na notificação e o abandono do tratamento entre os adolescentes demonstram as fragilidades que ainda permeiam a resolubilidade da APS na detecção e acompanhamento dos casos de TB, visando o controle da doença, além da criação e fortalecimento de vínculo, realização das visitas domiciliares, oferta do TDO, bem como a participação e apoio da família/ cuidadores e comunidade para garantir a adesão ao tratamento (Pinto & Freitas, 2018;Brandão et al, 2018;Xavier et al, 2020;Gondim et al, 2019).…”