Análise dos fatores que levam mulheres médicas a não optarem por especialidades cirúrgicas

Abstract

Objetivo: Verificar as prováveis causas que levam as mulheres médicas a não optarem por especialidades cirúrgicas. Métodos: foram avaliadas as respostas de 75 médicas, através de um questionário objetivo composto de 15 perguntas sobre a não escolha da área cirúrgica,que foram transformadas em porcentagem e apresentadas em gráficos e tabelas. Resultados: Observou-se que 45,3% das médicas já cogitaram ser cirurgiãs, que o fator mais assinalado como limitante, por 40% das médicas (questão de múltipla escolha), à escolha da área cirúrgica foi o horário de plantões/sobreaviso. Além disso, observou-se, nesta pesquisa, que 86,7% acreditam que é possível ser cirurgiã e constituir família. A característica de personalidade mais utilizada por 72% das médicas participantes deste estudo para definir uma mulher cirurgiã foi: “forte”. E apenas 12% das participantes não acreditam que haja machismo/preconceito por parte dos colegas ou pacientes em relação às cirurgiãs. Conclusão: Além de identificar os possíveis fatores que limitam as mulheres médicas a optarem por especialidades cirúrgicas, conclui-se que mais estudos como este devem ser feitos para que questões laborais (flexibidade de horários, igualdade salarial) e comportamentais (preconceito, machismo) sejam revistas.

Preconceito na área médica: desigualdade de gênero

“…Já em relação a competência profissional a maioria das participantes relatou já ter sua competência questionada por ser mulher. Esses dados dão crédito à afirmativa de que o sexo masculino credita 25% mais confiança que o feminino, portanto, a mulher para ser igualada ao homem, deve mostrar no mínimo esse valor a mais de capacidade que o colega do sexo masculino (PAULO D, et al, 2020). O fato das médicas alegarem que há diferença de gênero dentro da medicina ampara a afirmativa de que ainda hoje existe preconceito em desfavor ao feminino dentro da área, mesmo que exista uma igualdade em termos legais, há uma desigualdade em termos reais (FERNANDEZ MPB, 2019).…”

Women Representation in Surgical Specialties: Reflections about Gender Equity after the 34th Brazilian Surgical Conference

“…Until 1879, women were not accepted in medical schools in Brazil, a paradigm broken by Dr. Rita Lobato Freitas, the first physician in the country to graduate from the Bahia Faculty of Medicine, in 1887. Gradually, the percentage of women studying medicine increased, reaching 50% of the total number of medical students in 1993, and becoming the majority in 2009 1 . Despite this advance, specialties such as anesthesiology and surgery remain underrepresented by women 1 .…”

“…Gradually, the percentage of women studying medicine increased, reaching 50% of the total number of medical students in 1993, and becoming the majority in 2009 1 . Despite this advance, specialties such as anesthesiology and surgery remain underrepresented by women 1 . Currently, the percentage of women anesthetists is 37.8%, and this percentage is even lower in surgical specialties.…”

“…Several factors contribute to a reduced number of women opting for a surgical career. Among the reasons mentioned by the conference speakers, two were recognized by a study carried out with Brazilian female doctors as the main challenges: the balance between personal and professional life and the workload 1 . This survey analyzed the responses to a questionnaire applied to 75 non-surgeon female physicians.…”

“…This survey analyzed the responses to a questionnaire applied to 75 non-surgeon female physicians. Approximately 50% of professionals believed that a successful female surgeon should give up aspects of personal life, such as starting a family, and 40% stated that the extensive and inflexible workload makes it difficult to adhere to surgical specialties 1 . Another relevant and undeniable factor for the low representation of women is gender prejudice.…”