O artigo ora apresentado, pretende contribuir para o debate sobre a presença militar na política, enfocando o protagonismo das Forças Armadas nas missões humanitárias e suas conexões com a política. Para tanto, utilizo como fonte e objeto de análise jornais online e o material empírico da pesquisa de campo realizada entre 2018-2020, em diálogo com a bibliografia. Pretende-se discutir como a “Missão de Paz” no Haiti (2004 - 2017) e a “Operação Acolhida” em Roraima (2018-atual), confluem e/ou se inserem nos objetivos estratégicos de controle político das Forças Armadas. Tais missões ampliaram os recursos econômicos, sociais e simbólicos da corporação e de seus agentes que convertidos em capital político, se expressam na ocupação de cargos chave por militares integrantes dessas missões no atual governo e da ascensão desses atores a cargos de representação política.