Análise do consumo alimentar, da suplementação e dos exames bioquímicos de cálcio e vitamina D em adultos e idosos atendidos em um ambulatório de nutrição

Abstract

Uma dieta equilibrada pode evitar o risco de doenças ósseas, a fim de manter os níveis de cálcio e vitamina D adequados, sendo a suplementação recomendada quando as necessidades nutricionais diárias não forem atingidas. Este estudo objetivou analisar o consumo alimentar, o uso de suplementação e os exames bioquímicos de cálcio e vitamina D em adultos e idosos atendidos em um ambulatório de Nutrição. Estudo quantitativo, de corte transversal, realizado com 561 Prontuários Eletrônicos de Pacientes (PEP) adultos e idosos atendidos em um Ambulatório de Nutrição, no período de agosto de 2016 a junho de 2022. Dos PEP, foram coletados os dados de idade, sexo, consumo dietético de cálcio e vitamina D por meio da análise do recordatório alimentar de 24 horas, aplicado na primeira consulta nutricional do paciente, uso de suplementação e apresentação de exames bioquímicos, cadastrados no sistema TASY®. A ingestão diária de cálcio e vitamina D foi comparada com as recomendações diárias estabelecidas pelas Dietary Reference Intakes (DRIs), de acordo com a faixa etária e sexo. Para a avaliação dos níveis séricos de cálcio e vitamina D foram utilizados valores de referência do próprio laboratório em que o exame foi realizado. Observou-se baixo consumo de cálcio e vitamina D na maioria dos indivíduos avaliados, sendo que o consumo de cálcio abaixo das recomendações diárias foi significativamente associado aos idosos e acima, aos adultos (p=0,028). A maioria não fazia suplementação de cálcio e de vitamina D, mas dentre aqueles que a faziam, a suplementação de cálcio foi significativamente associada aos idosos e a ausência aos adultos (p=0,001). A maioria também não fazia exames bioquímicos de cálcio e vitamina D, sendo que a não realização dos exames bioquímicos de cálcio foi significativamente associada aos adultos e, dentre aqueles que o fizeram, os níveis adequados e acima foram significativamente associados aos idosos (p <0,001). Conclui-se baixo consumo de cálcio e vitamina D, falta de suplementação e realização de exames bioquímicos desses micronutrientes na maioria dos adultos e idosos avaliados.