Análise Das Informações Sobre O Medicamento Metilfenidato (Ritalina®) Divulgadas Em Vídeos Do Youtube

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar a qualidade, o tipo de informação e o impacto dos vídeos do YouTube sobre o medicamento cloridrato de metilfenidato (Ritalina®) que apesar de indicado para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), vem sendo usado de forma irracional visando benefícios nos estudos. Foram obtidos os 60 vídeos mais relevantes sobre o tema usando a palavra-chave Ritalina, sendo excluídos 2 vídeos por não discutirem questões pertinentes ao uso do medicamento. Os 58 vídeos obtidos foram analisados e as informações divulgadas foram comparadas com aquelas constantes na bula do medicamento e na base de dados Micromedex®, bem como avaliado o tipo de informação divulgada e a presença de profissional de saúde ou de usuários do medicamento nos vídeos. Em 33 vídeos (57%) houve a participação de profissionais de saúde que divulgaram informações corretas e desestimularam o consumo indevido da Ritalina. Já 9 vídeos (15%) também apresentaram informações corretas, porém não foram divulgadas por profissionais de saúde. Nos vídeos com relato de usuários, em 12 (21%), houve relatos de uso para melhorar o desempenho intelectual, atribuindo ao medicamento propriedades não comprovadas cientificamente. Esses números mostraram que a maior parte dos vídeos, totalizando 46 (79%) parecem não comprometer o uso correto do medicamento, entretanto 12 vídeos (21%) incentivaram o uso da Ritalina como estimulante para estudo e, por isso, representam um risco ao uso racional de medicamentos.

Uso Recreativo Da Ritalina® (Cloridrato De Metilfenidato) Entre Estudantes Universitários: Prevalência, Motivações E Consequências

“…O mecanismo de ação do metilfenidato envolve a inibição da recaptação de dopamina e noradrenalina, ou seja, impede que essas catecolaminas sejam recapturadas pelos neurônios pré-sinápticos responsáveis pela comunicação celular. Consequentemente, a ação desses neurotransmissores na fenda sináptica terá maior durabilidade (Valente;Abreu, 2021).…”