Análise da tendência da mortalidade por COVID-19 entre médicos brasileiros

Abstract

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico, o padrão espacial e a tendência da mortalidade por coronavírus-2019 entre médicos brasileiros. Métodos: Estudo ecológico baseado em dados secundários de mortalidade. Foram calculadas as taxas de mortalidade de médicos por coronavírus-2019 no Brasil no período de março a julho de 2020. Realizou-se análise espacial mediante técnica de densidade de Kernel e análise temporal pelo modelo Joinpoint Regression Analysis. Resultados: As maiores taxas de mortalidade em médicos brasileiros pelo coronavírus-2019 foram entre médicos homens, com faixa etária igual ou acima de setenta anos, atuantes na área de Clínica Médica e residentes na região Norte do país. A maioria dos estados brasileiros com maior número de óbitos pertenciam à região Nordeste. A tendência da mortalidade destacou quatro pontos de inflexão, com aumento nos dois primeiros períodos, uma redução no terceiro, e um aumento menos expressivo no quarto período. O sexo masculino apresentou maior tendência de mortalidade que o feminino. Conclusão: A infecção por coronavírus-2019 nos médicos brasileiros necessita de atenção especial e ações rápidas devem ser projetadas por parte das autoridades competentes.

Avaliação dos óbitos por COVID-19 em médicos no Brasil

“…Registram-se as maiores taxas de óbito em razão da COVID-19 as especialidades médicas que atuam em unidade de urgência, ao comparar com trabalhadores médicos que exercem sua atividade em atendimento eletivo. Os médicos que realizam procedimentos que liberam aerossóis estão mais expostos à infecção do novo coronavírus, por isso devem ter medidas de cuidado ainda mais rígidas (JESUS et al, 2020).…”

“…Ao avaliar os óbitos médicos ocorridos em 2020 e em 2021, observou-se maior número no primeiro ano da pandemia, com diferença significativa para a faixa etária e especialidade médica, concordando com estudo realizado nos primeiros meses da pandemia no Brasil, também na população médica (JESUS et al, 2020). A maior prevalência de mortes no início da pandemia pela COVID-19 é provável que decorreu pelo aumento de pessoas infectadas no Brasil, proporcionando maior risco de contaminação dos médicos não só no ambiente laboral.…”