O presente artigo visa analisar a obra Crime e castigo (1866), que retrata profundamente o período de grandes reformas sociopolíticas na Rússia através de uma abordagem polifônica. Na obra, o autor representa o castigo por meio do tormento sofrido pela culpa e a (má) consciência após a prática do crime. Destarte, a pesquisa analisará, ainda, o que Friedrich Nietzsche, leitor de Dostoiévski, em seus estudos sobre a etimologia e genealogia da culpa e castigo, influenciado pelo russo, denomina má consciência, bem como o paralelo entre essas ideias e a tragédia Eumênides, de Ésquilo, na qual as Erínias, deusas que se assemelham, em sua significância, àquilo que Nietzsche trata por má consciência, assumem papel relevante na expiação da culpa. O trabalho busca relacionar as nuances entre os estudos antepostos e a criminologia, trazendo a importância da interpretação sobre o protagonista e a decorrente influência acerca da percepção do castigo. A metodologia utilizada foi a hipotético-dedutiva, com natureza teórica, abordando qualitativamente e objetivando a explicação do conteúdo, com o propósito avaliativo-formativo. Analisados os aspectos da culpa e da consciência em Crime e castigo e sua relevância em outros tempos, assim como a representação da importância dada à criminologia na época do romance, nota-se o impacto que o estudo acerca do estado de consciência do protagonista tem na sentença.