Introdução: A Atenção Básica é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde, mas ainda se discutem as dificuldades para formar profissionais aptos a atuarem neste contexto, incluindo-se o terapeuta ocupacional. Objetivos: Investigar a percepção de egressos de um Curso de Graduação em Terapia Ocupacional sobre o papel deste profissional na Atenção Básica e identificar aspectos da formação que contribuíram para essa percepção. Método: Pesquisa qualitativa que contou com a participação de 41 egressos, que responderam a um questionário com cinco questões abertas, cujas respostas foram analisadas por meio da análise de conteúdo. Resultados: A categorias obtidas relacionam-se tanto aos princípios da Atenção Básica quanto aos referenciais teórico-práticos da Terapia Ocupacional. A maioria dos sujeitos considerou que as experiências na graduação foram insuficientes para prepará-los para atuar na Atenção Básica. Discussão: Observa-se que o terapeuta ocupacional pode contribuir de forma diferenciada com as ações da Atenção Básica, tanto ao se considerar a sua especificidade em relação aos demais profissionais das equipes, quanto ao se comparar a sua ação neste e em outros contextos de atuação. Contudo, os esforços do Curso, como a participação em programas indutores da mudança curricular na saúde, mostraram-se insuficientes no fornecimento de instrumentos que permitam que o egresso se perceba capaz de trabalhar na Atenção Básica. Conclusão: Reforça-se a necessidade de repensar a formação do terapeuta ocupacional, favorecendo o contato com a Atenção Básica desde o início da graduação e revendo a inclusão desta temática em outros níveis de formação profissional.