Análise da comercialização de fitoterápicos ansiolíticos durante a pandemia da Covid-19 em farmácias magistrais de Belém do Pará

Abstract

Introdução: O uso de plantas com finalidades terapêuticas já faz parte da medicina popular há muitos anos, devido à esse conhecimento e o avanço da ciência tornou-se possível utiliza-las com eficácia e segurança em tratamentos de diversas enfermidades1. Em 2020, o mundo mergulhou em uma crise sanitária nunca vista. A COVID-19 impôs à humanidade uma maior atenção com a saúde mental e física. Segundo Pereira2, a pandemia da COVID-19 desencadeou um aumento na incidência de alterações comportamentais associadas ao medo, angustia, estresse e ansiedade, tais danos que podem se estender até mesmo após o controle da pandemia. Nesse contexto, a procura por terapias alternativas, como ansiolíticos de origem natural com a finalidade de amenizar ou tratar os transtornos causados pelo impacto da pandemia, ganhou notoriedade da população, uma vez que tem se mostrado um método eficaz e de baixo custo3. Objetivo: Realizar um levantamento no perfil de comercialização dos fitoterápicos de ação ansiolítica mais vendidos em duas redes de farmácias de manipulação de Belém do Pará, durante o período da pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa e qualitativa, sobre os fitoterápicos de ação ansiolítica mais consumidos nessas farmácias de manipulação, nos anos de 2020 e 2021, durante o período da pandemia pela COVID-19 e compará-los ao período que antecedeu a pandemia, nos anos de 2018 e 2019. Resultados: Pode-se observar que os anos referentes ao período da pandemia (2020-2021), obtiveram um aumento significativo de vendas (p < 0.0001), totalizado 4.869 fitoterápicos vendidos (56%), comparado ao período que antecedeu a pandemia (2018/2019), representando 3.831 fitoterápicos vendidos (44%), além disso, observou-se que dentre os três fitoterápicos de ação ansiolítica mais vendidos nas redes de farmácias magistrais utilizadas como fontes da pesquisa, a Passiflora incarnata foi significativamente o mais consumido (p = 0.0002), com 4.769 formulações (54,8%). Conclusão: A partir do estudo proposto, verificou-se como pandemia da COVID- 19 refletiu diretamente na saúde mental da população e nas possíveis elevações de casos de ansiedade. Evidenciado que o consumo de fitoterápicos de ação ansiolítica foi utilizado como alternativa viável para o tratamento desses transtornos.