Análise cinemática da marcha em indivíduos com hemiparesia espástica após acidente vascular cerebral

Abstract

Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. RESUMOObjetivos: Avaliar a cinemática linear e angular da marcha em pacientes hemiparéticos espásticos após acidente vascular cerebral, considerando os valores da normalidade e o membro não afetado. Métodos: Estudo transversal, no qual participaram indivíduos adultos com hemiparesia espástica após acidente vascular cerebral, selecionados na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Caxias do Sul. A análise cinemática da marcha foi realizada no Laboratório de Análises Biomecânicas do Movimento Humano da mesma instituição, seguindo o protocolo de Laroche. Para análise de dados foi utilizada estatística descritiva, teste t para média de uma amostra e teste t pareado. O nível de significância adotado foi p<0,05. Resultados: Foram estudados oito indivíduos adultos, com idade entre 43 a 59 anos, de ambos os sexos. Foi identificada diferença significativa na cinemática linear da marcha do membro afetado para todas as variáveis estudadas. Considerando a comparação entre os membros inferiores, o comprimento do passo e o tempo do passo foram significativamente maiores no hemicorpo acometido. Com relação às variáveis angulares, os indivíduos demonstraram diferença significativa da normalidade em todas as variáveis, exceto flexão de quadril. Observou-se ainda, menor variação angular (flexão/extensão) no joelho do membro afetado quando comparado com o sadio. Conclusões: O estudo indicou alterações na cinemática da marcha do membro acometido de indivíduos hemiparéticos após acidente vascular cerebral, comparando com a normalidade e com o membro contralateral, caracterizando a presença de um padrão flexor incomum. Essas alterações podem estar relacionadas com diminuição do equilíbrio e do controle motor, fraqueza muscular, déficit proprioceptivo, aumento do tônus, contraturas e deformidades.DESCRITORES: acidente vascular cerebral; cinemática; fenômenos biomecânicos; marcha. ABSTRACT Aims:To evaluate linear and angular kinematics of gait in patients with spastic hemiparesis secondary to stroke considering reference values and the unaffected limb. Methods: Cross-sectional study of adult patients with spastic hemiparesis secondary to stroke selected from the Physical Therapy Clinic of Universidade de Caxias do Sul (UCS). The kinematic gait analysis was performed at the Human Motion Biomechanical Analysis Laboratory at UCS according to Larouche's protocol. Descriptive statistics, one-sample t test, and paired t test were used for the data analysis. Statistical significance was set as p<0.05. Results: Eight adult male and female individuals aged 43 to 59 years were assessed. All variables indicated a significant difference in the linear kinematics of the gait of the affected limb. By comparing the lower limbs, stride length and rate were significantly higher in the affected hemibody. Angular kinematics w...

A influência de atividades de dupla tarefa na cinemática da marcha de indivíduos com hemiparesia espástica.

“…Ainda, os indivíduos do presente estudo não demonstraram diferença significativa na largura do passo quando associado às atividades combinadas, concluindo que durante a execução da DT eles mantiveram a base constante. A análise da marcha simples de pacientes hemiparéticos indica que essa variá-vel demonstra pouca alteração, se mantendo mesmo em pacientes com níveis variados de comprometimento no hemicorpo afetado (WESTPHAL et al, 2016).…”

“…Diante das atividades de DT que tenham uma tarefa com demanda cognitiva, os pacientes parecem ter aumentado o tempo de apoio sobre o lado sadio, justificando o aumento do tempo de apoio simples. Isso é possível, pois a análise da marcha hemiparética indica que o tempo do passo tende a ser maior no hemicorpo acometido (WESTPHAL et al, 2016).…”

“…O acidente vascular encefálico (AVE), traumatismo crânio encefálico (TCE) e tumores do sistema nervoso central (SNC) são os exemplos principais que compõem o grupo das LEA (SILVA; NEVES, 2009). A marcha hemiparética é uma das consequências mais comuns após LEA e geralmente caracterizada por um padrão assimétrico de andar associado à fraqueza motora contralateral ao hemisfério cerebral acometido (WESTPHAL et al, 2016). Geralmente ocorrem déficits no controle motor, sensorial e/ou perda proprioceptiva que interferem na locomoção, reduzindo a capacidade nas atividades de vida diária, uma vez que, surgem diferentes alterações na funcionalidade (BOWEN et al, 2001).…”

Análise da marcha de crianças com paralisia cerebral com e sem uso de órteses de tornozelo e pé

“…O protocolo de marcha consistiu na realização de passos sobre a plataforma, onde os participantes realizaram o mesmo percurso da sessão de adaptação em seis tentativas, até que oito passos fossem capturados integralmente [19,20]. Os participantes realizaram a primeira análise de pés descalços sem uso de dispositivos ortéticos.…”

Análise espaço-temporal, cinemática e cinética da marcha em indiví­duos pós-acidente vascular cerebral

“…A marcha é uma das funções mais utilizadas pelas pessoas; ela possibilita o deslocamento, a realização de atividades diárias, a manutenção da independência e da qualidade de vida. Podem ocorrer alterações patológicos que contribuem para a diminuição da sua eficiência e aumento de gasto energético como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), onde após a lesão ocorrem dificuldades no controle voluntário do movimento comprometendo força muscular, tônus, coordenação, equilíbrio e percepção 1 .…”