Análise biogeográfica da avifauna da região oeste do baixo Rio Negro, amazônia brasileira

Abstract

Neste estudo é realizada uma análise biogeográfica detalhada da avifauna da Amazônia Central a oeste do Rio Negro, região onde está localizado o Parque Nacional do Jaú (PNJ). As distribuições geográficas de 383 táxons (espécies e subespécies) de aves registradas no PNJ foram analisadas através de métodos biogeográficos qualitativos e quantitativos (análise de agrupamento e análise de parcimônia de endemismo). A avifauna do PNJ é fortemente influenciada pelas regiões noroeste e oeste da bacia amazônica. Foram identificadas três unidades biogeográficas e o PNJ se agrupa com sítios localizados no alto Rio Orinoco e na Guiana. De modo similar, o PNJ se agrupa com o sítio do alto Rio Orinoco tendo a Guiana como grupo-irmão no cladograma de área com maior suporte. Diferentes sub-grupos de espécies revelaram cladogramas de áreas com variadas topologias, sugerindo complexos cenários de diversificação da avifauna amazônica. Estes cenários biogeográficos podem ter sido influenciados por eventos geológicos ocorridos durante o Mioceno e Pleistoceno. Neste estudo foi identificada uma área de endemismo não descrita para a Amazônia - a área de endemismo Rio Negro. A avifauna da região do PNJ, além de ser representativa dos setores noroeste e oeste da Amazônia, possui táxons de distribuição restrita à região central da Amazônia, reforçando ainda mais sua importância na proteção da biodiversidade amazônica.

A palaeobiogeographic model for biotic diversification within Amazonia over the past three million years

“…At about approximately 1.0 -0.7 Ma, the lower Negro River was established as a barrier, resulting in the creation of the Negro area of endemism [19], as well as the separation of P. ochroptera and P. crepitans (figure 3e and table 1, node 5). The palaeogeographic mechanism for this vicariance event apparently involved the establishment of the current course of the lower Negro River in response to a series of neotectonic faulting events [10,47,48] (see electronic supplementary material).…”

“…Psophia is one of the few avian genera endemic to Amazonia, with species in all major areas of endemism [1,[17][18][19]. To better understand their distribution, we accessed and georeferenced the available locality information (electronic supplementary material, figure S1 and appendix S1).…”

Avian distribution patterns in the Guiana Shield: implications for the delimitation of Amazonian areas of endemism

“…I defined Guianan endemics as those taxa that do not occur south of the Amazon River or west of the Rio Negro. Taxa occurring west of the Rio Negro may still be restricted to the Guiana Shield (the geological Province), yet the 'Negro-Solimões' interfluvium has traditionally been considered part of either the Napo or the Imeri area of endemism (Cracraft, 1985), and more recently as an endemic area on its own, the Negro area of endemism (Borges, 2007). Taxa occurring throughout the Guiana Shield would therefore be represented in at least two areas of endemism, and no longer be 'Guianan endemics.'…”

“…At present, up to nine Amazonian areas of endemism are recognized for birds (Cracraft, 1985; da Silva et al. , 2002; Borges, 2007), and the generality of these areas has been supported by studies of plants (Prance, 1982), butterflies (Brown, 1982), frogs (Ron, 2000), lizards (Ávila‐Pires, 1995) and primates (da Silva & Oren, 1996).…”

“…They have been widely used to study area relationships (Cracraft & Prum, 1988;Bates et al, 1998;Marks et al, 2002;Eberhard & Bermingham, 2005), to test evolutionary and historical hypotheses (Aleixo, 2004;Ribas et al, 2005;Aleixo & Rossetti, 2007) and even to suggest conservation priorities (Conservation International, 2003;da Silva et al, 2005;Young et al, 2009). At present, up to nine Amazonian areas of endemism are recognized for birds (Cracraft, 1985;da Silva et al, 2002;Borges, 2007), and the generality of these areas has been supported by studies of plants (Prance, 1982), butterflies (Brown, 1982), frogs (Ron, 2000), lizards (Á vila-Pires, 1995) and primates (da Silva & Oren, 1996).…”