Resumo: Sistemas interativos de variabilidade da frequência cardíaca são utilizados como recurso terapêutico para amenizar distúrbios orgânicos associados ao estresse, e consequentemente melhorar o desempenho de usuários em suas funções. Para tal, foi realizado uma revisão sobre seus benefícios.
IntroduçãoDistúrbios orgânicos relacionados ao estresse muitas vezes derivam-se de um conjunto de reações fisiológicas que podem ser desencadeadas por estados emocionais negativos. Há uma grande preocupação entre os profissionais da área da saúde em adquirir um método eficiente para o diagnóstico e tratamento de transtornos neuropsicológicos.Atualmente tem se dado bastante atenção a meios de tratamentos não farmacológicos como sistemas de biofeedback que já são empregados em diferentes áreas da saúde. Estudos recentes defendem a aplicação do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), não apenas no tratamento de uma variedade de doenças, mas também para melhorar o desempenho de atletas e funcionários [1]. Por meio do feedback constante dos batimentos é possível sincronizar os batimentos do coração com a arritmia sinusal respiratória ao controlar a inspiração e expiração [2].A arritmia sinusal respiratória (ASR), é uma variação natural na frequência cardíaca que ocorre durante um ciclo respiratório pela influência da respiração sobre o fluxo de impulsos simpáticos e vagais, onde a frequência cardíaca aumenta durante a inalação e diminui durante a expiração [2]. ASR pode ser definida como sutis mudanças no intervalo R-R ("R" picos) em um eletrocardiograma (ECG), sendo estes intervalos encurtados durante a inalação e prolongados durante a expiração [3]. O ritmo cardíaco é controlado pelo nervo vago, que durante o processo de inalação tem sua atividade inibida, causando um aumento na frequência cardíaca, e quando exalamos temos uma diminuição da frequência cardíaca, uma vez que atividade vagal volta a funcionar [4].O grau de flutuação da frequência cardíaca também é controlado significativamente por impulsos regulares dos barorreceptores (sensores de pressão) nas artérias aorta e carótidas [5]. Quando a ASR é aumentada por meio de biofeedback, tende-se reforçar a atividade natural de feedback dos barorreceptores através do padrão respiratório [6]. Quando a pressão sanguínea aumenta os barorreceptores causam diminuição imediatas da frequência cardíaca e quando se tem uma queda na pressão arterial, os barorreceptores provocam aumento da FC [3].A variação da frequência cardíaca pode ser medida levando-se em conta o tempo ou as frequências. As medidas relacionadas ao tempo levam em