O autismo é um distúrbio do desenvolvimento neurobiológico que geralmente se manifesta antes dos três primeiros anos de vida, e que é reconhecido, atualmente, como Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os indivíduos que apresentam TEA possuem alterações na socialização, na cognição e na comunicação. Embora não se conheça nenhuma alteração morfológica que seja determinante para o desenvolvimento do TEA, algumas alterações estruturais no encéfalo têm sido identificadas em indivíduos com o transtorno, dentre as quais vale ressaltar as mais recorrentes: alterações no volume cerebral total, nas dimensões do corpo caloso e no volume do cerebelo. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo abordar as alterações neuroanatômicas mais frequentes em indivíduos com TEA. Trata-se de uma revisão narrativa por meio de estratégia de busca nas bases de dados BVS, Google Acadêmico, Pubmed, ScienceDirect e Scielo, com inclusão das referências que possuíam disponibilidade de acesso ao texto completo. A análise da literatura indica que o aumento de volume cerebral total em indivíduos com TEA pode desencadear alterações funcionais na comunicação, embora tal acometimento se manifeste em diferentes graus e o desempenho em algumas tarefas seja essencialmente normal. Além disso, a diminuição no tamanho e no volume do corpo caloso possui relação com alguns défices comportamentais, motores e não-motores. Por sua vez, as alterações cerebelares podem determinar comprometimento comportamental, à medida que se relacionam com a disfunção sensorial observada no TEA.