Seguro saúde; planos de pré-pagamento em saúde; custos e análise de custo; pesquisa sobre serviços de saúde; economia e organizações de saúde; Brasil.
RESUMOOs estudos relacionados aos serviços de saúde no Brasil, independentemente do seu foco de abordagem e da sua delimitação, têm como aspecto essencial a discussão do sistema de saúde governamental. Esse entendimento decorre do fato de a Constituição Federal de 1988 definir como pública a responsabilidade pela saúde da população (1). É nesse contexto que surgiu o Sistema Único de Saúde (SUS), para atender a demanda da saúde pública em obediência à determinação constitucional (2).A implantação do SUS teve como principal justificativa a necessidade de melhorar a oferta de serviços públicos de saúde, contribuindo com avanços qualitativos nos indicadores e nas condições de acesso à saúde (3). Entretanto, o desempenho do SUS tem sido objeto de crí-ticas (2, 4), incentivando a procura por planos de saúde ofertados pela iniciativa privada. A expansão dos planos de saúde no Brasil deveu-se à acentuada insatisfação da classe média com a qualidade dos serviços oferecidos pelo SUS nos atributos conforto, presteza e atendimento personalizado, entre outros (5).Em 2000, com a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), houve mudanças importantes no mercado de planos privados de saúde. Antes da criação da agência, a livre definição da cobertura assistencial permitia à operadora excluir determinados eventos do plano de saúde, como, por exemplo, os exames de alto custo (tomografia e ressonância magnética), ou até mesmo estabelecer o prazo máximo de diárias hospitalares por ano. Além disso, a operadora podia selecionar os clientes aos