Este artigo focaliza-se na gênese e nas transformações operadas no segmento industrial têxtil-vestuarista, na microrregião do Alto Vale do Itajaí,a partir do início dos anos de 1990. Trata-se, essencialmente, de um exercício de avaliação dos modos de coordenação e de governança atuais e dos principais impactos socioambientais gerados pela dinâmica recente deste segmento. Tal estudo fundamentou-se na abordagem teórico-metodológica do desenvolvimento territorial sustentável, mobilizando os conceitos de governança, sistemas (arranjos) produtivos locais e impactos socioambientais.A pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa e quantitativa, aliando as técnicas de entrevistas semiestruturadas à aplicação de questionários, totalizando 86 entrevistas e 53 questionários aplicados. Os resultados do estudodemonstraram que a aglomeração industrial, em questão, é caracterizada como informal. Verifica-se, ainda, a ausência de uma governança em parceria, fruto do baixo grau de cooperação existente entre e intrafirmas, baixo nível tecnológico e frágeis mecanismos de coordenação institucionais. Além disso, a pesquisa demonstrou limitações relacionadas à articulação do complexo com a questão socioambiental e o longo prazo, identificando-se impactos diretos e indiretos sobre o meio ambiente da microrregião. Foram, também, apontadas margens de manobra que sinalizam, todavia, a possibilidade de internalização gradativa da dimensão socioambiental pelos atores locais.