2019
DOI: 10.15210/norus.v6i10.13555
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Agente penitenciário e/ou pesquisador? Trabalho e pesquisa na prisão desde um lugar relacional

Abstract: Este artigo tem o objetivo de problematizar o trabalho e a pesquisa a partir de um lugar relacional para com as prisões cearenses. Narrado em primeira pessoa, o texto é um recorte de uma pesquisa etnográfica sobre o aprisionamento de travestis no Ceará. Trata-se de reflexões esboçadas desde o meu exercício profissional como agente penitenciário, ao trabalho etnográfico que fiz em três penitenciárias que aprisionam travestis. Aponto o lugar relacional como determinante para concessão da permissão para a entrada… Show more

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“…Tais efeitos na vida desses profissionais se dão pela longa permanência na prisão, onde desempenham atribuições de vigilância, guarda, repressão e controle dos presos (MORAES, 2013;OLIVEIRA et al, 2015), mediadas por relações moldadas pelo que é permitido, o que promove segurança e poder e minimiza as vulnerabilidades (MONTEIRO, 2018). Além disso, esses efeitos se devem ao fato de que os policiais penais vivenciam as agruras dos espaços prisionais junto com os presos, embora de forma bastante diferente (NASCIMENTO, 2018b;OLIVEIRA, 2018). É imprescindível reconhecer que a atuação dos policiais penais no interior das prisões causa conflitos que se estendem para além do ambiente dessas instituições, permeando seus trânsitos (CASTRO E SILVA, 2011), limitando seus contatos à própria rede profissional (RIBEIRO et al, 2019) e se desdobrando em situação de alerta constante nas ruas (ROSEIRA, 2018).…”
Section: O Trabalho Prisional E Seus Efeitos: Breves Apontamentos Na ...unclassified
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“…Tais efeitos na vida desses profissionais se dão pela longa permanência na prisão, onde desempenham atribuições de vigilância, guarda, repressão e controle dos presos (MORAES, 2013;OLIVEIRA et al, 2015), mediadas por relações moldadas pelo que é permitido, o que promove segurança e poder e minimiza as vulnerabilidades (MONTEIRO, 2018). Além disso, esses efeitos se devem ao fato de que os policiais penais vivenciam as agruras dos espaços prisionais junto com os presos, embora de forma bastante diferente (NASCIMENTO, 2018b;OLIVEIRA, 2018). É imprescindível reconhecer que a atuação dos policiais penais no interior das prisões causa conflitos que se estendem para além do ambiente dessas instituições, permeando seus trânsitos (CASTRO E SILVA, 2011), limitando seus contatos à própria rede profissional (RIBEIRO et al, 2019) e se desdobrando em situação de alerta constante nas ruas (ROSEIRA, 2018).…”
Section: O Trabalho Prisional E Seus Efeitos: Breves Apontamentos Na ...unclassified
“…Esse lugar relacional ocupado nas prisões me possibilita uma visão privilegiada da atuação dos policiais penais e do funcionamento das prisões escolhidas para as pesquisas. Nesse transcurso, também me permitiu o firmamento de relações de confiança com policiais penais, pessoas presas e seus familiares, nas quais, isocronicamente, sou identificado e produzido por meio de relações polissêmicas em lugares diferentes e com tensões diversas (NASCIMENTO, 2018a(NASCIMENTO, , 2018b(NASCIMENTO, , 2021. A complexidade das pesquisas em espaços de confinamento dinamizam estruturalmente todas as relações que firmam a pesquisa etnográfica; isso implica modos específicos de comportamentos, afeições perante os preceitos éticos e políticos na polissemia do campo e na escrita etnográfica.…”
Section: O Lugar Relacional E Suas Implicações éTicas E Metodológicasunclassified
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“…5 Ao contrário das frequentes queixas de pesquisadores sobre as dificuldades de acesso aos seus sujeitos de pesquisa e limitações de trânsitos nos espaços prisionais, o lugar que ocupado pelo autor deste artigo enquanto agente penitenciário lhe possibilitou privilegiado acesso aos interlocutores e aos espaços de observação no cotidiano das instituições que foram tomadas como campo de pesquisa. Tensões e confluências entre essas funções são discutidas, sobretudo, em Nascimento (2018b;2018c).…”
unclassified
“…Prisons are not just spaces of confinement, they are spaces where legitimacy, punishment, justice, deprivation and resistance take expression in daily life -where such concepts are lived, experienced and contested, not just by prisoners themselves but also by others involved in their life as officers, staff (Nascimento, 2019) and family members (see Lago, in this volume). In fact, an argument that runs through all the articles published in this special issue is that prisons are neither "closed" nor "total institutions" (Goffman, 1961).…”
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