“…Em notas de campo (31/05/2023), quando estava planejando uma aula de iniciação aos esportes de invasão, a professora narrou que, na faculdade, não tinha aprendido a pensar uma aula diferente da estrutura correspondente à "parte inicial -desenvolvimento -parte final", em que a parte inicial correspondia ao momento para a realização de uma rápida conversa com os(as) estudantes sobre o conteúdo trabalhado, bem como de uma atividade de aquecimento (que geralmente variava entre uma modalidade de pega-pega e/ou alguma atividade cooperativa e/ou ainda alguma atividade mais técnica da modalidade que seria trabalhada em aula); o desenvolvimento, como um momento para serem realizadas atividades específicas do conteúdo/modalidade objeto da aula e a parte final, o momento para a realização de alguma atividade menos agitada, conhecida como "volta à calma". Venâncio et al, (2021), ao analisarem os desafios formativos no campo da didática relacionada à justiça social para professores(as) de Educação Física durante a formação inicial na licenciatura, destacam que os cursos de formação inicial não fortalecem os aspectos sociopolíticos atrelados às questões dos cotidianos escolares, o que resulta em brechas que configuram uma formação distanciada dos contextos escolares e, consequentemente, em professores(as) com dificuldade no trabalho docente. Isso decorre, segundo Bresolin e Bessa-Oliveira (2023), em razão de as universidades ainda estarem pautadas em uma lógica moderna/colonial, em que prevalece uma visão binária e disciplinar que acaba direcionando para o tecnicismo do ensino e a homogeneização das diferenças.…”