Objetivos: Comparar, em uma população com neuropatia diabética, a prevalência de alterações no teste da percepção da posição do hálux (teste do senso de posição articular - TSPA) com o teste do diapasão de 128 Hz (TD), exame do monofilamento de Semmes-Weinstein (EMSW) e os resultados do questionário elaborado para avaliação dos sintomas neuropáticos que faz parte do Instrumento de Rastreio de Neuropatia de Michigan (QMNSI). Casuística e métodos: Estudo retrospectivo de 35 pacientes ambulatoriais com polineuropatia diabética periférica confirmada por estudos de condução nervosa. Todos os pacientes foram submetidos à avaliaçao com TD, EMSW, QMNSI e TSPA. Neuropatia grave foi definida como polineuropatia periférica com ausência de resposta à estimulação elétrica por qualquer um dos nervos sensitivos ou motores. Resultados: A prevalência de anormalidade no TD (63%) e no QMNSI (69%) em pacientes com neuropatia diabética foi significativamente maior do que as alterações no TSPA (25,7%). A prevalência de anormalidade do TSPA e do TD foi maior em pacientes com anormalidades graves no estudo da condução nervosa. A avaliação simultânea com TD, EMSW e QMNSI foi a estratégia mais sensível para o diagnóstico de neuropatia diabética (sensibilidade, 89%). EMSW teve uma sensibilidade particularmente baixa (40%). As anormalidades do TSPA foram significativamente mais prevalentes nos pacientes com antecedente de ulcerações (p = 0,006). No entanto, a SPA não identificou um número maior de pacientes com ulcerações prévias quando comparado aos outros testes. Conclusões: O uso de apenas um teste clínico para triagem de neuropatia diabética, especialmente o TSPA e o EMSW, pode levar a uma sensibilidade consideravelmente menor quando comparado ao uso combinado de vários testes. Anormalidades do TSPA têm o potencial de indicar um quadro de neuropatia mais grave e com maior risco de ulcerações.