Acurácia da determinação da idade gestacional no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC): um estudo de base populacional

Abstract

Resumo: A prevalência de nascimento pré-termo tem apresentado uma tendência crescente em vários países, inclusive naqueles desenvolvidos. Estudos no Brasil relatam que o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), até 2010, subestimava a prevalência de nascimentos pré-termo, quando comparada aos estudos baseados em dados primários. A partir de 2011, a idade gestacional ao nascer no SINASC tem sido calculada, quando disponível, pela data da última menstruação (DUM). O objetivo foi avaliar a acurácia da determinação da idade gestacional gerada pela DUM, comparando com a de outros estimadores, e correlacioná-la com o peso ao nascer. Estudo de base populacional com dados do SINASC disponíveis no Departamento de Informática do SUS entre 2011 e 2015. As definições de prematuridade, baixo peso e asfixia ao nascer foram aquelas determinadas na literatura. A adequação do peso ao nascer com a idade gestacional foi calculada baseando-se nas curvas de Fenton e Intergrowth-21. Compararam-se as médias de peso pela presença ou não de prematuridade. A estimação da idade gestacional foi realizada pela DUM em 58,5%, e 41,5% utilizaram outro método. Encontrou-se que a proporção de prematuridade foi de 12% no grupo DUM e 8,4% no grupo outro método, já o baixo peso ao nascer foi de 6,5% e 8,4%, respectivamente. A média de peso dos prematuros no grupo DUM foi maior. O uso da DUM como estimador da idade gestacional superestimou a proporção de peso maior ou igual a 2.500g nos prematuros, o que não parece compatível com a distribuição esperada para esta faixa. A DUM favoreceu a “correção” da prematuridade para os parâmetros comparáveis aos de estudos com dados primários, embora as distorções encontradas entre idade gestacional e peso ao nascer possam indicar que ainda existem problemas com este estimador.

Incompleteness and inaccuracies in Certificates of Live Birth in a city in Southern Brazil

“…With respect to ethnicity, despite having exclusive options, the 2012-2015 databases presented values associated with marital status in this field. Data related to inaccuracies in this variable were not found in studies; nonetheless, incompleteness, such as the ignored option, was identified in national research following the gradual implementation of the new DNV form in 2011, when the variable was introduced 16 . In another analysis, ethnicity was classified as poor in most cities, particularly in São Luís, where incompleteness reached 36.8% 12 .…”

Declarações de Nascidos Vivos: uma avaliação da qualidade das informações em dois municípios da Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba, Brasil

“…A omissão da idade gestacional deve ser motivo de preocupação, dada sua importância como indicador de saúde do recém-nascido. Nascimentos prematuros geram demandas adicionais sobre os serviços de saúde de alta complexidade, e suas complicações relacionamse a desfechos desfavoráveis na morbidade e mortalidade a curto e longo prazo 22,23 . Nesse sentido, alerta-se sobre a tendência crescente na prevalência de nascimento pré-termo no Brasil, assim como em vários países 23 .…”

Trend and factors associated with adverse birth weight in Uruguayan children between 2009 and 2015

“…Gestational age was linked to the health certificate records at birth instead of using the date of last menstruation because the latter overestimates the weight higher than or equal to 2,500g in preterm birth, considering lower gestational age. 13 Maternal pre-gestational nutritional status of the woman was operationalized with the body mass index (BMI) before pregnancy [weight (kg) / height (m) 2 ], which was categorized into four groups: low weight (< 18.5 kg/m 2 ), normal weight (18.5 -24.9 kg/m 2 ), overweight (25.0-29.9 kg/m 2 ) and obesity (≥30.0 kg/m 2 ). 14 Pregnancy controls were classified as adequate, intermediate, and inadequate, using a measure of the required number of visits according to the weeks of gestation, where the higher gestational age requires a higher number of prenatal care visits.…”