Acolhimento ao parto em estabelecimentos de saúde vinculados à Rede Cegonha no Brasil: a perspectiva das usuárias

Abstract

Este estudo objetivou analisar os fatores sociodemográficos e reprodutivos associados ao acolhimento ao parto em estabelecimentos de saúde vinculados à Rede Cegonha no Brasil, na perspectiva das usuárias. Foram selecionados 606 serviços com amostra de 10.540 puérperas. O desfecho foi a variável latente acolhimento da puérpera, composta por cinco indicadores: apresentação dos profissionais com nome e função, chamar a gestante pelo nome, compreensão das informações dadas, se sentir bem tratada e respeitada e ter as necessidades respondidas pela equipe. As variáveis explicativas foram: idade, escolaridade, cor da pele, situação conjugal, tipo de parto, paridade e peregrinação. Foi utilizada modelagem de equações estruturais. Observaram-se maiores percentuais de mulheres com idade de 20 a 34 anos (68,31%), que se autodeclararam como pardas (56,3%), com escolaridade entre 9 e 11 anos de estudo (56,1%) e que tinham companheiro (78,8%). Houve predominância de puérperas que tiveram parto vaginal (56,6%), com um a dois filhos (46%) e que relataram não peregrinar (91,9%). Apresentaram efeito direto positivo sobre o acolhimento mulheres com maior idade (CP = 0,094; p < 0,001) e maior escolaridade (CP = 0,096; p < 0,001). O parto cesáreo apresentou efeito direto negativo (CP = -0,059; p < 0,002) e cor da pele preta e parda apresentou efeitos direto e indireto negativos (CP = -0,081; p < 0,001 e CP = -0,014; p < 0,001). Puérpera com maior idade, maior escolaridade e que tiveram parto vaginal tiveram percepção mais positiva do acolhimento nos serviços de saúde.

Logical model of reception and risk classification for women with pre-eclampsia and eclampsia

“…The presence of a companion, a right guaranteed by Federal Law 11,108/2005, addresses another aspect related to humanizing attitudes (18)(19)(20) . The experts did not establish a direct relationship between the emotional support offered by the companion and the effectiveness of the care process for women, since pre-eclampsia and eclampsia are diseases that require diagnostic and therapeutic actions within the scope of high complexity, with this being excluded.…”

Modelo lógico do acolhimento e classificação de risco às mulheres com pré-eclâmpsia e eclampsia

“…Então o relacionamento humano se configura como um aspecto decisivo para determinar o vínculo e a confiança entre profissionais e usuários do serviço de saúde (17,18) . A presença do acompanhante, direito garantido pela Lei Federal 11.108/2005, trata de outro aspecto relacionado às atitudes humanizadoras (18)(19)(20) . As especialistas não estabeleceram uma relação direta entre o suporte afetivo oferecido pelo acompanhante e a efetividade do processo assistencial às mulheres, uma vez que a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia são agravos que exigem ações diagnósticas e terapêuticas no âmbito da alta complexidade, sendo excluído este item do ML por sugestão das participantes.…”

“…Há evidências de que a presença de acompanhante, além de proporcionar apoio emocional à mulher, é um marcador de segurança e qualidade da assistência ao evitar violência e práticas inadequadas ao parto (19)(20)(21) . Entretanto, não foram encontrados estudos que relacionem a sua presença e as práticas assistenciais no ACCR às hipertensas.…”

“…Tais fatores estão relacionados ao grau de implantação não adequado para o acolhimento em obstetrícia no ACCR identificado na avaliação da Rede Cegonha. O fortalecimento da integralidade da atenção em rede está relacionado ao direcionamento adequado dos recursos, eficiência do sistema de saúde e não fragmentação da assistência (20)(21)(22) .…”

Perinatal complications of the maternal–Fetal dyad in primiparous women subjected to vaginal delivery versus elective cesarean section: A retrospective study of clinical results associated with bioethical precepts

“…Although pregnancy and parturition are natural processes, negative or positive experiences during the postpartum and pregnancy periods can influence current or future pregnancies, triggering profound transformations [ 1 ]. Current studies based on scientific evidence have shown that the presence of the family in the environment, the active involvement of pregnant women in decision-making and their behaviors are able to improve the clinical outcomes of both the women and their newborns, positively enriching the experience of pregnancy [ 1 , 2 ].…”