“…Houve então um grande esforço do Ministério da Saúde, junto com a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, na for-No NEP SAMUFor, o projeto aplicativo visando a implementação de Educação Permanente como forma de aprimorar a qualidade do serviço, efetuando mudanças organizacionais pela sensibilização, motivação e engajamento de todos os atores a partir do diálogo sobre os problemas da realidade do serviço, trouxe a mesma necessidade de formação de profissionais que facilitassem a "releitura crítica das condições de trabalho, das relações estabelecidas e das necessidades de saúde, levando em conta as particularidades de cada região, dos usuários e dos trabalhadores envolvidos"17 (p. 4684).Um processo educativo que desse conta dos desafios e demandas do SAMUFor e da necessidade de mudança para novas práticas teria necessariamente de se pautar na EP como estratégia educacional. Embora haja suficiente evidência de que a EPS seja uma prática que possa informar e recriar teorias para que práticas sejam recompostas e recriadas, seja na formação, na atenção, na gestão, na formulação de políticas ou no controle social18 (p. 204), a literatura ainda é escassa sobre a EPS em serviços de atendimento pré-hospitalar19 (p. 10).Percebeu-se, nas cinco fases distintas no processo de formação de educadores para a EPS no SAMUFor, representadas pela mudança da nomenclatura dos nomes dos cursos e pelas próprias mudanças estruturais no curso, uma evolução na abordagem metodológica e na ênfase do aprendizado, de uma formação mais técnica, para a implementação da EPS no serviço, para uma formulação mais reflexiva individual, uma reflexão do sujeito enquanto fomentador de mudanças onde quer que esteja.Muitas vezes os gestores defendem a EP como prática de qualidade, mas pensam a EP como Educação Continuada ou em Serviço. Mais do que isso, falar de EP é falar de cogestão, pois é um âmbito onde se privilegia o coletivo de pessoas e não somente um indivíduo ou grupo de atores sociais.…”