Ações afirmativas na educação superior: a experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul

Abstract

Este livro apresenta os resultados de uma pesquisa que teve o objetivo de investigar as políticas de acesso e as ações afirmativas implementadas pela UFFS, com o propósito de compreender como tais políticas contribuem para o processo de democratização da educação superior pública brasileira. Ao tomar a UFFS como objeto de estudo, foi possível considerar que as suas políticas de acesso e ações afirmativas contribuem para a democratização da educação superior pública brasileira. No entanto, é necessário considerar que se trata de uma instituição ainda muito jovem. Ainda há muitos desafios e questionamentos para que, de fato, possa se consolidar como uma universidade inclusiva, com uma educação pública e de qualidade. Mesmo sendo jovem, os resultados demonstraram que a UFFS, desde sua criação, priorizou a escola pública em suas políticas de acesso.

Invenções heterotópicas no Oeste da Bahia: a experiência do curso de Pré-ENEM do Programa de Extensão Re(ex)sistência LGBT

“…Os debates em torno do Projeto de Lei resultaram em avanços significativos, mas os retrocessos, quando observado esse projeto de lei, revelam as articulações lideradas por determinados setores da sociedade que buscaram e buscam orientar, a partir de seus princípios e interesses, as políticas de enfrentamento às desigualdades sociais (SANTOS, 2012;NIEROTKA, 2015), quase sempre mantendo seus domínios sobre as políticas públicas e instituições do Estado. A expansão, a despeito de sua inegável necessidade de crítica, elevou a presença dos(as) jovens com idade entre 18 a 24 anos nas universidades.…”

“…O elitismo se evidencia nos dados de estudantes do Ensino Médio que ingressam no Ensino Superior. Enquanto 87,3% estudantes frequentam as instituições públicas de Educação Básica, na Universidade esse percentual cai para 27% (NIEROTKA, 2015). As vagas públicas, pelas razões enumeradas, dentre outras, têm sido ocupadas majoritariamente, ao longo da história, por estudantes formados em escolas privadas ou membros da classe média e rica da sociedade brasileira.…”

Desigualdade De Oportunidades No Ensino Superior: Um Estudo De Caso Sobre Acesso E Conclusão Na Uffs

“…Essa política permitiu que a UFFS tivesse um perfil de estudantes majoritariamente oriundo de escolas públicas, chegando a 96,3%, em 2012. Além disso, neste ano constatou-se entre os ingressantes um público formado por uma maioria de mulheres (63,5%), de brancos (85,5%), provenientes de famílias com renda familiar de até três salários-mínimos (69,3%) e na faixa etária de 18 a 24 anos (71,5%) (Nierotka, 2015;Nierotka;Trevisol, 2016).…”

“…Ser estudante egresso de escola pública é uma característica da maioria dos estudantes da UFFS, desde o primeiro ingresso em 2010. Isso se deve principalmente às políticas de ações afirmativas desta Universidade que priorizaram este critério desde o início da sua implementação (Nierotka;Trevisol, 2016). A partir da Lei de Cotas, esse percentual manteve-se alto (mais de 90%), muito além dos 50% previstos legalmente, sendo ainda maior do que o próprio percentual aplicado para reserva de vagas desta IES (média de 84%).…”