O envenenamento por picada de cobra é um importante problema de saúde pública no mundo em desenvolvimento. É causa de morbidade e mortalidade, especialmente nas áreas empobrecidas dos trópicos e subtrópicos mais quentes, como o Brasil. Este estudo teve como objetivo conhecer e traçar o perfil epidemiológico e clínico das notificações de acidente ofídico no estado do Paraná entre 2018 e 2022. Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal, de abordagem quantitativa e de natureza descritiva, realizado mediante análise dos dados de notificações compulsórias no SINAN depositados no DATASUS para o estado do Paraná entre 2018 e 2022. Foram coletadas as variáveis: etnia, faixa etária, sexo, escolaridade e desfecho. Este estudo encontrou 3615 notificações de acidentes ofídicos no estado do Paraná, a maioria ,76,5% (2768), era do sexo masculino, de cor branca (72%), o tipo de serpente mais comum foi a Bothrops (64,1%, 2318). Durante o período houve diminuição no número de eventos relacionados as cobras não peçonhentas (-15%), dos gêneros Bothrops (-44%) e Crotalus (-30%). Em menores de 18 anos os casos representaram 16,37%, já a população economicamente ativa (entre 19 e 59 anos) somou sozinha 66,1%. Foram classificados como acidente de trabalho 17,6%. Quanto a escolaridade, 53% das notificações eram de indivíduos com ensino médio incompleto. A maioria (89,3%) evoluiu para cura completa. O desfecho óbito se deu em 0,55% dos casos resultando em uma taxa de letalidade por mil de 10,96 para o gênero Crotalus e 4,74 para o Bothrops.