Ação De Educação Em Saúde Promove Melhoria Na Postura Corporal Dinâmica Em Crianças E Adolescentes, Imediatamente Após E Cinco Meses Depois Da Intervenção

Abstract

No cenário atual, caracterizado pelo crescente aumento de problemas posturais e sedentarismo entre crianças e adolescentes, é intrigante explorar como a compreensão dos princípios biomecânicos pode ter um impacto positivo na postura e qualidade de vida desses jovens. Este estudo investigou os efeitos de uma intervenção em educação para a saúde fundamentada em princípios biomecânicos na postura dinâmica de crianças e adolescentes. A intervenção consistiu na aplicação de um Currículo de Biomecânica para Educação Postural (CBEP) ao longo de um semestre escolar, com o objetivo de capacitar os participantes a compreenderem e aplicar princípios biomecânicos em situações do dia a dia para melhorar a postura corporal. O estudo seguiu uma abordagem longitudinal, envolvendo a participação de 37 crianças e adolescentes de 11 e 12 anos, que foram submetidos a uma Avaliação Postural Dinâmica (LADy) antes, após e cinco meses após a intervenção. Os dados foram analisados por meio de estatísticas descritivas básicas e mensuração do tamanho do efeito da intervenção nas variáveis em estudo. Os resultados apontaram que a intervenção teve um impacto significativo e positivo em várias variáveis relacionadas à postura dinâmica, conforme avaliado pelo instrumento LADy em três momentos: inicial, final e após 5 meses do término da intervenção. Os testes de normalidade indicaram que os dados eram considerados normais (p>0,05), validando a análise estatística. As médias dos escores do LADy variaram ao longo dos momentos, com a média mais baixa no início (12,46%), seguida pela média após a intervenção (18,15%) e uma média intermediária após 5 meses (16,40%). Os resultados sugeriram que a intervenção imediatamente após a aplicação teve efeitos consideráveis e positivos em atividades como transporte de mochilas escolares, pegar objetos no chão, transporte de objetos, posição sentada sem encosto e posição sentada para escrever. Entretanto, após cinco meses da intervenção, algumas atividades, como agachar para pegar objetos no chão e manter uma postura adequada ao sentar-se para escrever, mostraram maior resistência à mudança, destacando a complexidade envolvida na alteração desses comportamentos já estabelecidos. Os participantes demonstraram melhora, mas algumas atividades específicas, como agachar para pegar objetos no chão e manter uma postura adequada ao escrever, mostraram maior resistência à mudança, ressaltando a complexidade envolvida em alterar esses comportamentos estabelecidos. Considerando os desafios contemporâneos relacionados a problemas posturais e ao sedentarismo entre crianças e adolescentes, este estudo fornece insights valiosos para o desenvolvimento de estratégias eficazes de intervenção educacional. Capacitar os jovens a compreenderem e aplicar princípios biomecânicos em seu dia a dia pode promover uma melhoria sustentável na postura e, consequentemente, na saúde e qualidade de vida dessa população em desenvolvimento.