O presente trabalho apresenta uma ação de extensão envolvendo o tema dos agrotóxicos. Este tema vem sendo bastante desenvolvido, tanto em atividades de ensino, como de extensão. Contudo, o diferencial da ação aqui relatada é que ela foi toda planejada para ser acessível para as comunidades surda e cega, trabalhando de forma dialógica e com criticidade (conforme Paulo Freire) o modelo de desenvolvimento agropecuário brasileiro, especialmente o uso intensivo de agrotóxicos. A partir do documentário “Nuvens de Veneno”, foram criados materiais acessíveis: janela de Libras no documentário; estruturas químicas dos princípios ativos impressas em 3D e em alto relevo com inscrições em Braille e audiodescritas; e um folheto impresso e audiodescrito, contextualizando os problemas causados ao meio ambiente, à saúde humana e animal. Todo este material foi utilizado durante a atividade na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A ação foi realizada tanto num estande durante o evento, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, como no território de uma escola estadual, durante as aulas de química de seis turmas do Ensino Médio. Durante os dois dias de exposição no estande, a atividade gerou interesse de um público variado, desde crianças do ensino fundamental, professores - que levaram suas turmas - bem como de um grupo de estudantes surdos. No território da escola, a atividade movimentou as turmas de maneira contundente, trabalhando a química dos agrotóxicos, a preocupação social e ambiental, incluindo alunos refugiados, com deficiência intelectual, autismo e transtornos cognitivos e intelectuais.