Com a incorporação das Drogas Modificadoras de Curso da Doença – DMCD, sintéticas e biológicas ao tratamento de muitas de nossas doenças inflamatórias crônicas, nossa especialidade passou a ter metas ousadas, como “remissão ou baixa atividade de doença”, com intervenções terapêuticas agressivas e monitorização da efetividade e segurança dos tratamentos, habilidade que depende do conhecimento das doenças, dos doentes e das diversas drogas disponíveis. Adquirimos esta “vivência” com o tempo, utilizando o conhecimento obtido nos “ensaios clínicos”, com pacientes ideais em condições ideais, e dos “registros”, estudos observacionais de pacientes reais e nas condições reais de tratamento, muito mais próximos das situações encontradas em nossa prática clínica.
Muitas das análises dos excelentes registros europeus e norte-americano já foram incorporadas a nossos consensos e nossa prática, mas não sabemos se podemos estendê-los para a nossa população, com nosso clima e, especialmente, com nossa diversidade de acesso a assistência à saúde, incluindo conseguir consultar com médico reumatologista, superar as dificuldades da dispensação regular de medicamentos e sua conservação adequada pelas características das drogas biológicas, e mesmo conseguir ter atendimento das intercorrências e eventos adversos.
Nosso “Registro Brasileiro de Monitorização de Terapias Biológicas em Doenças Reumáticas – BiobadaBrasil” já atingiu maturidade e seu banco de dados dispõe de informações validadas que podem responder a muitas dúvidas presentes quando tratamos de nossos pacientes com essas medicações, como:
- Qual é a incidência de tuberculose nos pacientes com doenças reumáticas tratados com biológicos no Brasil?
- Como os médicos reumatologistas estão aplicando as recomendações dos “consensos” da Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR, quanto à investigação de tuberculose latente antes do início do tratamento com drogas biológicas?