A vulnerabilidade da infância frente ao excesso de peso: considerações éticas sobre responsabilidades

Abstract

A obesidade e sobrepeso na infância e suas consequências clínicas em outras fases da vida estão bem documentas, porém este problema emergente de saúde pública envolve questões éticas cujas dimensões necessitam de melhor compreensão. O objetivo deste artigo é analisar o impacto do excesso de peso na infância a partir de uma problematização bioética acerca da responsabilidade das diversas esferas da sociedade - especialmente da família, da mídia e do estado - na proteção deste grupo que é sensivelmente mais vulnerável aos padrões de consumo alimentares não saudáveis. A argumentação desenvolve-se no sentido de que tais medidas de proteção devem ser tomadas a partir de uma responsabilização mútua sustentada no dever do respeito à dignidade das crianças e no compromisso ético com o futuro saudáveis das próximas gerações.

Untitled

“…E, portanto, os cuidados específicos com crianças devem se basear em políticas públicas acessíveis, intersetoriais e estruturadas a todos os níveis de atenção com atendimento humanizado e amplo, com vistas à garantia plena do desenvolvimento humano, incluindo o fortalecimento das famílias e do convívio comunitário. Deve-se, ainda, adotar medidas por meio da responsabilização mútua entre os diversos setores da sociedade no intuito de garantir cidadania, dignidade e proteção dos vulneráveis no contexto de toda a atenção à saúde (ROSANELI et al, 2016).…”

Perfil Antropométrico De Alimentos Ultraprocessados De Escolares De Um Município Mineiro

“…No processo de crescimento e desenvolvimento infantil uma alimentação adequada tem um papel de grande importância sobretudo para a manutenção da saúde do indivíduo, mesmo depois na vida adulta, 1 o qual é considerado um dos estágios de vida biologicamente mais vulnerável. 2 Os hábitos alimentares na infância são determinados pela disponibilidade domiciliar de alimentos, hábitos alimentares da família e posteriormente são influenciados pelo ambiente escolar. 3 Com o intuito de combater agravos nutricionais nas crianças brasileiras, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), uma intervenção governamental no âmbito das políticas sociais e alimentares, consegue contribuir para o crescimento, desenvolvimento, rendimento escolar, aprendizagem e formação de hábitos alimentares saudáveis dos estudantes.…”

Publicidade de alimentos para crianças e adolescentes: desvelar da perspectiva ética no discurso da autorregulamentação

“…In scientific fields, subjects such as the regulation of food advertising directed at children and the availability of food with little nutritional value in school cafeterias, as well as regulation of the composition and nutritional labeling of industrialized foods, and even themes like pesticides and genetically modified foods, form an agenda of a necessarily interdisciplinary approach to research. In this sense, the viewpoint of Bioethics can contribute a basis for its conceptual references, principles, criteria, and methods [6][7][8][9] .…”