A utilização de serviços de saúde por sistema de financiamento

Abstract

Este artigo analisa, a partir de microdados de 1998 e 2003 da PNAD/IBGE, a utilização de serviços de saúde sob a perspectiva de seu financiamento ou, em outras palavras, sob o prisma do sistema de proteção à saúde pelo qual o serviço foi utilizado: se pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, pelo sistema público financiado por meio de tributos; se por planos e seguros de saúde privados e financiados por prêmios pagos por beneficiários e/ou seus empregadores; ou, finalmente, se mediante a compra direta de serviços (pagamento direto no ato da utilização de serviços). Entre os principais resultados da análise, destacam-se os seguintes: 1) o SUS financia a maioria dos atendimentos e das internações realizados no País, participação que aumentou significativamente entre 1998 e 2003; 2) embora o número absoluto de atendimentos realizados pelos três sistemas de financiamento tenha aumentado, a expansão do SUS foi muito mais significativa e a ela correspondeu uma desaceleração do crescimento do gasto privado direto; 3) o SUS é o principal financiador dos dois níveis extremos de complexidade da atenção à saúde: o de atenção básica e o da alta complexidade.

Agravos clínicos atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Porto Alegre - RS

“…With the advent of the SUS, the change of legislation enabled the public system participation in the funding of health care services and hospitalizations to significantly increase in all segments of the country, resulting in a decrease in direct private spending (17) . Nonetheless, population access to health services is very unequal yet, whether because of the different forms of SUS funding or the restricted availability of services in the public system, which does not meet all health care demands.…”

A saúde no Brasil em 2030: estrutura do financiamento e do gasto setorial - Vol. 4

“…Segundo análise de dados da PNAD/IBGE feita por Porto et al (2006), entre as pessoas que foram internadas em 2003, 70% o foram pelo SUS, 25% por meio de seguro privado de saúde e 5% pagaram diretamente pela internação (gasto privado direto).…”

Inequalities in the workforce distribution in the Brazilian Dentistry

“…The inclusion of oral health actions in the Family Health Strategy, through Ordinance No. 1444, of December 28, 2000 15 , triggered dental care expansion through SUS 16 . Nonetheless, the public sector is not able to satisfactorily absorb the large number of professionals seeking for the stability offered by the system.…”