A Amazônia se encontra no cerne dos debates políticos e socioambientais do Brasil. Assim, cada cenário democrático do país tem implicado em diferentes dinâmicas de exploração e conservação da região. A democracia do país entrou em um período de rupturas a partir do ano de 2016. Em 2019, retrocessos democráticos se aprofundaram, evidenciando a conjuntura da crise da democracia. Esta pesquisa analisa o cenário de crise da democracia no Brasil a partir da perspectiva ambiental. Para isso, utilizamos teorias de crise das democracias contemporâneas para delimitar e trazer à tona os principais componentes do caso brasileiro. Em seguida, levantamos fatos históricos associados aos processos de degradação socioambiental. Apontamos que a crise da democracia ocorre no decorrer de duas fases. A conjuntura atingiu, de forma decisiva, mecanismos e atores envolvidos com a contenção da degradação da Amazônia. Nossas discussões indicam que os processos de degradação ambiental emergidos durante a conjuntura de crise da democracia não são resultantes de acontecimento isolados, mas da conformação de um cenário composto por múltiplos eventos que podem interagir entre si.