“…Considerar, então, a proposição de um mal-estar contemporâneo, intrinsecamente relacionado ao paradigma cultural vigente desde os pressupostos psicanalíticos significa, necessariamente, lançar o olhar sobre o sujeito do padecimento psíquico. Tomando as reflexões de Pereira (2008), pode-se considerar o quanto o tratamento das dores da alma tem sido tratado, na atualidade, a partir de uma perspectiva normativa e normalizante. Como destaca o autor, a psiquiatria contemporânea, cada vez mais, tem se colocado no lugar de "posição de autoridade científica absoluta sobre os fundamentos das paixões e comportamentos humanos" (p. 509), provocando uma maciça alienação dos sujeitos em relação a seus padecimentos.…”