A Reforma Urbana do prefeito Pereira Passos e o ideal de uma civilização nos trópicos

Abstract

A reforma urbana do Prefeito Pereira Passos buscou operar uma reformulação urbana na cidade que buscasse integrar a população do Rio de Janeiro a um espaço urbano regenerado, postado sobretudo na sua região central, a fim de que esse pudesse desenvolver uma pedagogia da civilização para os seus cidadãos, posto que a ideia de civilização era o seu valor fundamental. Essa ampla reforma urbana pautou-se em uma perspectiva urbanística de cunho organicista e culturalista, e de um forte ímpeto regulamentador dos usos do espaço urbano. Essas estratégias para a constituição do que se pensou como uma cidade civilizada traziam em si tanto uma retórica persuasiva quanto uma coerção ordenadora com o fim de se produzir um novo modelo de relação entre o carioca e a cidade.

Nem favela, nem rua: relato de caso e revisão sistemática sobre saúde e ocupações urbanas

“…Os movimentos em prol de melhores condições de moradia existem desde o início do século XX, época da resistência às desocupações impostas pelas reformas urbanas do Prefeito Pereira Passos, na cidade do Rio de Janeiro. 7 Em São Paulo, moradores de cortiços da região central iniciaram algumas mobilizações por melhores condições de moradia em meados da década de 1970, o que se solidificou com o surgimento da União dos Movimentos de Moradia (UMM), fundada em 1987, e da Unificação de Lutas de Cortiços (ULC), de 1991. Outro marco histórico na luta por moradia foi a ocupação de um prédio abandonado da Universidade de São Paulo (USP), no final da década de 1990, a partir do qual houve uma ampliação das ocupações no centro da cidade.…”

Modernização sustentável: planos diretores de reuso para áreas urbanas em obsolescência precoce

“…No Brasil, por outro lado, o que se assistiu ao longo do século passado foi a expansão da cidade, seguida do abandono das áreas mais antigas. Por exemplo, os "melhoramentos" no Rio de Janeiro recorreram muitas vezes à demolição pura e simples de espaços como o Morro do Castelo, ações justificadas através de uma retórica da modernização, que associava o patrimônio histórico a noções como atraso e provincianismo (AZEVEDO, 2015).…”