O artigo A metafilosofia solidarista de Richard Rorty e a narrativa docudramática, apresenta como tema principal o papel efetivo do poder redescritivo do docudrama enquanto demanda da autocriação presente na metafilosofia solidarista de Richard Rorty. A conexão entre a filosofia de Rorty, amparada em novos vocabulários que indicam as redescrições e o solidarismo ético, com a estratégia fílmica do docudrama será abordada a partir dos seguintes pontos: a metafilosofia de Richard Rorty: ruptura com a filosofia tradicional e canônica; características e potencialidades da narrativa docudramática: articulação entre a redescrição filosófica rortyana e o docudrama; docudrama e o legado de Richard Rorty para uma filosofia solidarista. A primeira seção pretende a filosofia de Rorty como uma metafilosofia e elaborar uma resumida caracterização dos aspectos temáticos e metodológicos presentes no percurso do projeto de redescrição filosófica em articulação com o solidarismo e com o ironismo liberal. A segunda seção mostrará características e potencialidades da narrativa docudramática na articulação dessa forma narrativa com o pensamento de redescrição filosófica rortyano. E por fim, na terceira seção será discutida a articulação da narrativa docudramática com o projeto de redescrição filosófica e de filosofia como “utopia liberal” da filosofia solidarista de Rorty. O artigo tem como referencial teórico as principais obras de Rorty, sobretudo a sua obra seminal A filosofia e o espelho da natureza (1979) e a obra da virada solidarista que é Contingência, ironia e solidariedade (1989), além de escritos específicos da área de estudiosos sobre o docudrama.