O conceito de inovação é amplamente direcionado para criação de produtos ou serviços novos, em estudos voltados para ambientes organizacionais pautados em ambiência de inovação, corroborando para o entendimento equivocado de que inovar é criar algo puramente novo. A revisão de literatura aponta para uma realidade plural, ressaltando que a inovação pode acontecer na modalidade de melhorias de processos de produtos ou serviços. Em virtude de tal conhecimento massificado no imaginário coletivo, o estudo sobre inovação em ambientes de unidades de informação tem sido desafiador, pois as bibliotecas são organizações com fazeres e responsabilidades definidas e tem por objetivo atender a missão institucional : ensino, pesquisa e extensão promovendo o uso de seu potencial informativo, oferecendo produtos e serviços que atendem a todo tipo de demanda de seus usuários. A centenária Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) faz parte da lista de melhores instituições de ensino no Brasil e suas bibliotecas corroboram para essa realidade por meio de suas ações rotineiras. As bibliotecas da UFRJ buscam promover ações inovadoras no seu fazer cotidiano, e tal fato ficou evidenciado no período de trabalho remoto imposto pela pandemia de covid-19. Este trabalho tem por objetivo relatar as percepções sobre as práticas de inovação adotadas pelas bibliotecas da UFRJ no período de 2020 a fevereiro de 2022, onde suas atividades presenciais foram suspensas, tendo que adequar por meio de ações que promovessem o atendimento a todos os seus usuários mesmo que a distância. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, explicativa fazendo uso de pesquisas teóricas e observacionais, mediante o uso de documentos, revisão de literatura, levantamento e pesquisa de campo. O universo escolhido foi o das bibliotecas da UFRJ que compõem o Sistema de bibliotecas e informação (SIBI), sendo utilizado entrevista semiestruturada por meio de questionário enviado por email aos 44 gestores das bibliotecas e 1 gestor do SIBI UFRJ. Apresenta-se como resultado o perfil destes gestores (idade, formação, tempo de atuação), e as ações de inovação promovidas e consequente adotadas neste período. Tais ações foram desencadeadas por meio de compartilhamento de conhecimento, por meio de uma gestão cujo foco é gestão do conhecimento com vistas a eficiência e a eficácia da gestão do sistema de bibliotecas. Ficou evidente que é necessário criar uma cultura de inovação, para que que os bibliotecários e a equipe da biblioteca possam identificar ações inovadoras que visem otimizar o fazer de uma biblioteca universitária, ou seja, atender a sua missão, que está atrelada a da UFRJ, ser suporte em ensino, pesquisa e extensão. A visibilidade dos benefícios obtidos pelos aspectos inovativos auxiliará a outros profissionais e bibliotecas universitárias no seu cotidiano, a partir de lições aprendidas ou por modelos já estabelecidos, propiciando a criação e a disseminação do conhecimento nestas unidades de informação. A pesquisa demonstrou que o estudo de inovação aliada ao de cultura de inovação no âmbito da biblioteconomia e principalmente nas bibliotecas universitárias públicas é imprescindível para que o ato de criar ou de melhorar algo no fazer bibliotecário se torne algo recorrente.