Todas as análises sobre as manifestações de 2013 enfatizam a importância da internet no processo sociopolítico. Contudo, o papel desempenhado pelo ambiente digital raramente é de fato explorado, convertendo-se em mistificação. Além disso, muitas vezes se concebe 2013 como o início do ciberativismo no Brasil, numa falsificação da história. Desse modo, este artigo analisa a centralidade da internet nos protestos de 2013, localizando esse momento historicamente, de forma a retomar o que o antecedeu e observar o que o sucedeu em termos de ciberativismo. Para tanto, serão considerados os aspectos propriamente tecnológicos e sua utilização para a mobilização social e política, buscando compreender quem fez uso da internet, de que maneira e com quais propósitos. O argumento do artigo é de que Junho de 2013 inaugura um novo momento da relação entre internet e política no Brasil, que pode ser resumido como a rotinização do ciberativismo.