Resumo Este trabalho pretende falar sobre o artigo de Sigmund Freud intitulado Dostoievski e o Parricídio, no intuito de defender, mediante o texto freudiano e considerações acerca da obra de Dostoievski, a perspectiva de que a epilepsia do último possuiu etiologia psíquica, e não orgânica. Palavras-chave: parricídio, psicanálise, epilepsia ABSTRACT This work intends to speak about the article of Sigmund Freud titled Dostoievski and the Parricide, in the goal of defending, by means of the Freudian text and considerations about the work of Dostoievski, the perspective that the epilepsy of the last one possessed psychical etiology, and not organic. Na segunda metade da década de 1920, foi iniciado o lançamento mercadológico de vários volumes suplementares à edição alemã da obra de Dostoievski, contendo esboços inacabados, trabalhos postumamente divulgados e outros tipos de material. Os editores estavam ansiosos para convencer Freud a contribuir com um estudo que tratasse do romance Os irmãos Karamassovi, e, também, de traços psíquicos do seu autor. Tendo sido Freud contatado por essas pessoas em 1926, o volume ao qual colaborou foi publicado em 1928: a versão original do citado livro dostoievskiano, onde o ensaio, cujo nome é Dostoievski e o Parricídio, serve de introdução (STRACHEY, 1996). Em seu parágrafo primeiro, a respeito da "rica personalidade" do ficcionista russo, encontram-se apontadas quatro facetas: o artista criador, o neurótico, o moralista e o pecador. A questão do talento artístico é a tratada de forma mais sucinta, Os irmãos Karamassovi é, na leitura freudiana, "o mais grandioso romance jamais escrito; quanto ao episódio do 1 Psicanalista, mestre em Estudos Literários pela UFG, especialista em Filosofia Política e graduado em Psicologia pela PUC-GO. Professor pelo departamento de extensão da PUC-GO, com o curso Psicanálise e Literatura e exerce a clínica psicanalítica.