“…Para os usuários dos serviços de saúde a representação social do processo saúde-doença é feita, em última instância, pela prática médica, na qualidade de saber dominante no campo da organização das práticas de saúde, saber este que adquire sentido e significado a partir de uma desordem, de uma doença que poderia ser explicada: "... por ser um evento que ameaça ou modifica... nossa vida individual, nossa inserção social e, portanto, o equilíbrio coletivo..." (Herzlich, 1991). E os conflitos são interpostos pela doença e pela prática médica, como partes do cotidiano das classes e grupos sociais e como componentes sociais de dominação e resistência (Minayo, 1993 O processo saúde-doença, por um lado, é conformado pelas raízes históricas e culturais socialmente construídas e reinterpretadas pelos indivíduos e grupos sociais, de acordo com suas concepções de mundo, suas condições de existência, seus interesses específicos e sua inserção na organização de uma determinada sociedade, por outro, as práticas desenvolvidas no cotidiano dos serviços tomam como base o sistema de crenças vigente sobre o processo saúde/doença que é pautado no paradigma biomédico.…”