Esse artigo tem como objetivo a análise das contribuições das narrativas autobiográficas, através das histórias de vida, para a formação do professor de Geografia, numa perspectiva de compreender como o trabalho com histórias de vida na educação, principalmente na formação inicial, contribui para a preparação de profissionais crítico-reflexivos. Compreendendo que a formação do professor de Geografia na atualidade precisa estar alinhada com uma série de demandas sociais, da escola e da própria profissão docente, esse trabalho se propõe a discutir as narrativas autobiográficas como um instrumento de contribuição para uma formação inicial que considere e valorize as histórias de vida dos sujeitos, levando-os a refletir acerca de sua própria trajetória para a construção do pensamento espacial, tomando como base os conceitos geográficos e as vivências cotidianas. Desta forma, ao utilizar narrativas autobiográficas em pesquisas e na formação compreende-se que se abre possibilidades e caminhos para que o aluno de licenciatura possa compreender sua própria formação com base nas diferentes relações que ele constrói ao longo de sua vida e principalmente no campo profissional, ajudando-o a tomar consciência de si mesmos enquanto futuro professore. Portanto, compreende-se a formação docente como um processo contínuo, que tem início antes mesmo do ingresso no curso de licenciatura e que não se finda ao se obter o diploma, mas ultrapassa o ambiente acadêmico, sendo construído diariamente através das experiências que dão sentido à vida do sujeito e constroem a sua identidade.