A posição do sujeito na fala e seus efeitos: uma reflexão sobre os quatro discursos

Abstract

Ensaiar aproximações entre a psicanálise e a psicologia social na discussão sobre a temática do sujeito no trabalho é a proposta deste texto. A formulação dos quatro discursos, proposta por Lacan, pode contribuir com novos paradigmas para o estudo desta questão, pois introduz e contextualiza os depoimentos existentes na cena social acerca do trabalhar. Este recorte, advindo da linguagem, justifica-se pelo traço diferencial que marca a civilização e os sujeitos, singularizando-os. Desta forma, pretende-se propor uma escuta diferente a este que fala de seu sofrimento ao trabalhar

A função pendular do educador

“…Através da linguagem há a tentativa de dar conta do impossível que marca o humano; falar é gozar, diz Lacan, referindo o quanto há de tamponamento da falta no uso da linguagem. Nesta referida busca, a teoria lacaniana descreve quatro modalidades por meio das quais se tenta fazer algo com este impossível, com o saber em última instância E é sobre a posição que os sujeitos tomam em relação a este saber que estes discursos são articulados (ZILIOTTO, 2004).…”

“…A seta, de baixo para cima, faz que o pequeno a esteja na determinação do discurso do agente, por onde escorrega a enunciação em direção ao saber do significante mestre, S1, colocado na posição de objeto como ) que trabalhe por ele, produzindo um saber que explicite o real que o mantém rodando em círculos, seu sintoma -o que é de fato impossível, porque o analista não sabe, embora se ofereça no lugar de sujeito suposto saber. Assim, o "efeito deste discurso é provocar o saber, porque desafia a autoridade, a teoria estabelecida, propondo insistentemente a dúvida sobre o saber do Outro"(ZILIOTTO, 2004). Assim foi inventado o talking cure, associação livre de representações configurada como matriz da terapêutica psicanalítica.…”