A política macroeconômica brasileira no período 2003-2017: uma análise institucionalista

Abstract

Com base em um levantamento bibliográfico, neste artigo analiso a trajetória assumida pela política macroeconômica brasileira entre 2003 e 2017. Argumento que no final do primeiro governo Lula ocorreu uma hibridização do paradigma macroeconômico neoliberal então dominante. Apesar de conservar o tripé neoliberal instituído por FHC, esse paradigma “liberal-desenvolvimentista” apresentava medidas distributivas e redistributivas e medidas de incentivo aos setores produtivos. Esse paradigma híbrido manteve-se até 2016 quando Temer ascendeu à presidência. Orientando-se pelas diretrizes neoliberais, Temer tem eliminado os componentes desenvolvimentistas do paradigma macroeconômico fato que tem, por sua vez, conduzido o país de volta ao “fundamentalismo de mercado” dominante nos governos Collor e FHC.

Desenvolvimento Rural No Brasil: Políticas Públicas Diante Da Vulnerabilidade E Da Resiliência Da Agricultura Familiar

“…Já as mudanças de segunda ordem constituem possíveis alterações nos instrumentos de condução das políticas públicas, sem que haja alteração radical nos objetivos destas (HALL, 1993). Entretanto, é nas mudanças de terceira ordem que ocorrem as transformações radicais, que envolvem a troca de ideias e interpretações de mundo e resultam na alteração dos instrumentos de condução das políticas, como também na própria natureza dos problemas que devem ser resolvidos (SILVA, 2019). Verifica-se que as mudanças de primeira e segunda ordens ocorrem de forma análoga aos desenvolvimentos científicos descritos por Kuhn durante o período de ciência normal, enquanto as de terceira ordem pressupõem as drásticas transformações que ocorrem nas revoluções científicas do modelo kuhniano.…”