O truncamento é um processo não concatenativo de formação de palavras que, diferentemente dos processos de prefixação e sufixação, não se estrutura a partir da adjunção de afixos, mas sim a partir da supressão de segmentos da palavra-base, que não é, necessariamente, uma supressão de afixos. Por isso, o truncamento não se enquadra em análises formais de processos lineares de formação de palavras e foi considerado por alguns autores como um processo idiossincrático. Tendo como base teórica a proposta de Bybee ( 2004), esse estudo objetiva verificar a frequência de uso de dados de truncamento e analisar se esse fator exerce influência no processo de truncamento no português brasileiro. Para tanto, utilizaram-se dados de truncamento obtidos nos experimentos realizados em minha dissertação de Mestrado (HEINECK, 2018). A frequência desses dados foi verificada em uma busca realizada na rede social Twitter, utilizando um pacote do programa computacional R (rtweet). Os resultados da busca realizada no Twitter parecem confirmar algumas de nossas hipóteses: (a) os falantes conseguem recuperar a palavra-base mesmo de truncamentos frequentes na língua e (b) os dados mais frequentes nos experimentos realizados na Dissertação de Mestrado são também os mais frequentes na busca no Twitter, o que levanta a suposição de que os falantes já conhecessem essas formas. Por fim, a frequência dos diminutivos de foto e moto aponta para um resultado diferente ao encontrado nos experimentos, mas segue tendência mais geral encontrada para outros dados nos experimentos. Ao formar o diminutivo de uma forma truncada, os falantes parecem escolher entre as vogais finais a ou o de acordo com o gênero da palavra-base, independente da vogal final da forma truncada.