Este artigo propõe um exercício de comparação entre duas obras histórica e culturalmente distantes: a Odisseia (aprox. IX a. C.), do poeta Homero, e Child of God (1973), de Cormac McCarthy (1933-2023), romancista americano contemporâneo. A abordagem temática refere-se às relações entre as tipologias do poder e da autoridade nas duas narrativas e a irradiação de ambos para a comunidade, cujo eixo interpretativo articular-se-á, sugerimos, em torno dos elementos de hospitalidade e receptividade, da hübris e da desobediência. O aporte teórico-crítico contempla estudiosos como Auerbach (1987), Malta (2018) e Woods (2015).