IntroduçãoA perspectiva tradicional do desenvolvimento da carreira baseada na proeminência da organização sobre o indivíduo vem sendo discutida por várias pesquisas nas últimas décadas (Crites, 1976). Neste contexto, a literatura mais recente não se foca apenas na organização como o objeto principal da pesquisa (Rosa et al., 2015), mas torna cada vez mais saliente o papel do indivíduo, como um ator que tem a necessidade de saber como conduzir de forma eficaz sua própria carreira (King, 2001;King, 2004;Pinto 2010). No ambiente profissional e econômico atual, a capacidade de gerir sua própria carreira e de estar preparado para aprender novas competências e habilidades durante toda a vida profissional (King, 2001), se tornaram importantes diferenciais.Isso leva o problema para um contexto educacional, dadas as necessidades de aprendizagem constantes de novas capacidades e competências, incluindo as habilidades de gestão da própria carreira. Metodologias derivadas de métodos educacionais, como mentoring (tutoria) ou coaching (orientação), vem sendo aplicadas com sucesso na tutoria para o desenvolvimento pessoal da carreira, através do relacionamento com um tutor ou orientador com uma ampla e sólida experiência profissional (Palacios, 2006; Raggins e Kram, 2007). Apesar de resultados positivos, essas técnicas exigem um custo muito alto pela forma de sua operacionalização: tutoria e orientação são técnicas personalizadas que requerem profissionais específicos com boa experiência acumulada (Oluwabunmi, 2016). Isso leva a análise de possibilidades de aplicação de ambientes