“…A historiografia portuguesa tem igualmente negligenciado o estudo das revistas femininas do século XX como fontes relevantes para o estudo de matérias tão diversas como o corpo, a alimentação, a higiene e beleza, a moda, a educação infantil, a decoração, a publicidade, o exercício físico, a vida cultural, as atividades mundanas e tantos outros temas, considerados frequentemente como menores, fúteis e frívolos 2 , esquecendo que as revistas são documentos fundamentais para os estudos de história de género, de cultura e de história social. Com exceção de alguns trabalhos recentes sobre aspetos parciais de O Jornal da Mulher, cuja edição teve início em 1910 (BRAGA, 2020), Modas & Bordados, publicada desde 1912 (PRATES, 2003;ALVIM, 2004;GUIMARÃES, 2007;AGOSTINHO, 2007;RODRIGUES, 2016); da Eva, editada em 1925 (GOMES, 2011); da Fémina, a partir de 1933(BRAGA, 2019 e da Menina e Moça, desde 1947(BRAGA, BRAGA, 2012; resta um enorme vazio que urge preencher. Nesse sentido, o trabalho que agora se apresenta faz parte de um projeto de investigação intitulado Informar, distrair e disciplinar: revistas portuguesas femininas do século XX 3 , no qual se procura perceber como se formaram e moldaram os comportamentos, fortemente impregnados de uma retórica político educacional veiculada nos periódicos destinados às mulheres.…”