Nas últimas décadas, devido à transição demográfica e epidemiológica, foi evidenciado o envelhecimento populacional e o aumento da prevalência das doenças crônico-degenerativas como a demência na população com mais de 60 anos. O processo de envelhecimento de grande parte da população vem acompanhado de declínios cognitivos, sendo imprescindível a identificação do problema na comunidade e a promoção de ações efetivas na sua prevenção, a fim de promover melhorias na qualidade de vida dessa população. Portanto, esse artigo teve como objetivo analisar a capacidade cognitiva da população geriátrica adscrita na ESF BOM PASTOR – MANHUAÇU – MG. Para isso, foram aplicados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) em 79 idosos, destes 39 apresentaram algum grau de demência e 26 algum grau de depressão. Dos participantes com demência, 25 possuíam comorbidades sistêmicas crônicas e 17 apresentavam depressão. Já no grupo dos que não apresentavam demência (40 pacientes), 9 tinham depressão, o que denota um Risco Relativo (RR) de 1,57. Em relação ao sexo, a incidência de demência foi de 51% nas mulheres (RR 1.08) e de 46% nos homens (RR 0.91), demonstrando ser o sexo feminino fator de risco e o sexo masculino fator de proteção para a demência. Os RR de demência para os graus de escolaridade analfabetos, 1-4 anos, 5-8 anos e acima de 8 anos foram respectivamente 2,09, 1, 0,9 e 0,38, denotando que quanto maior o nível de escolaridade, menor o risco de desenvolver algum grau de demência. De acordo com os resultados, tem-se que algumas variáveis denotam fator de risco, enquanto outras parecem ser protetoras. Alguns destes aspectos, são constantes e não passíveis de alteração, entretanto, outros como escolaridade, comorbidades e depressão, podem ser prevenidos e trabalhados a fim de reduzir essa expectativa maléfica à qualidade de vida do idoso.