Esta pesquisa discute a participação dos artistas plásticos Maria Leontina, Clélia Rocha e Moacyr de Vicentis Rocha na formação do Setor de Artes Plásticas dentro do Hospital psiquiátrico de Juqueri, o qual ficou conhecido como Escola Livre de Artes Plásticas em 1956. O estudo de documentos como livros, artigos de jornal, cartas e fotos possibilitaram a identificação e descrição das atividades artísticas nesse setor e a compreensão do diálogo entre saúde e arte promovido dos anos 1930 aos anos 50 pelo médico, intelectual e crítico de arte Osório Thaumaturgo Cesar. As entrevistas realizadas com parentes e amigos do artistaMoacyr Rocha e estudiosos do assunto permitiram a construção de uma narrativa sobre a maneira como os artistas compreendiam o trabalho de artes no ambiente hospitalar. Os resultados mostraram a responsabilidade dos artistas na formação do ateliê no espaço hospitalar, pois ao trazerem os materiais mais apropriados para a realização das atividades, ao ensinarem a linguagem do desenho, pintura, gravura, escultura e cerâmica aos alienados, ao instaurarem um espaço expositivo dentro da seção de artes, eles mostraram que a produção dos alienados, incentivada inicialmente por psiquiatras, merecia a atenção e dedicação dos profissionais da arte. Os três artistas focalizados neste estudo reconheceram a importância da experiência de ateliê hospitalar para a sua vida profissional, ao concretizarem a possibilidade de conhecer novos meios de criação artística no espaço do hospital psiquiátrico.Palavras chave: Artes Plásticas; Arte e psicologia; História brasileira da psiquiatria.