“…Ademais, uma prática política assentada em tal discurso (o ambiental e o de populações tradicionais traduzidos na defesa do território) teria a força e a qualidade maior para produzir apoios, além do espaço local, pelo seu caráter universal (Diegues, 1996;Losekann, 2016;Saavedra, 2014) para contrapor-se a iniciativas políticas e econômicas de outras classes sociais e/ou grupos depredadores da natureza, o que foi trabalhado pelo CPP nas diversas comunidades ribeirinhas e costeiras. Aqui, emerge um novo tema, o da busca pela justiça e contra o racismo ambiental, ou seja, a ideia é de revelar que os impactos ambientais não são igualmentes sentidos e distribuídos na sociedade, porque há diferenças e históricas desigualdades socioeconômicas e étnico/raciais que afetam os sujeitos (Santos, 2018;Schlosberg, 2013), e esse é o caso das populações que vivem da pesca artesanal. Então, defesa do território pesqueiro e os temas da justiça e do racismo ambiental combinaram-se, para o principal mediador dos pescadores 20 .…”