A importância da capacitação do pesquisador-entrevistador em pesquisas avaliativas de serviços públicos de saúde

Abstract

Objetivo: Apresentar relatos de pesquisa que destacam a importância da capacitação do pesquisador-entrevistador em pesquisas avaliativas de serviços públicos de saúde relacionadas à Assistência Farmacêutica (AF) em município do Sul do Brasil. Métodos: A pesquisa para diagnóstico da AF foi autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde e aprovada em seus aspectos éticos e metodológicos. A coleta de dados para construção de 45 indicadores da AF foi realizada por meio de questionários via entrevistas a coordenadores de serviços, responsáveis pelos pontos de dispensação de medicamentos e usuários do serviço. Primeiramente, foi explicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para assegurar ao participante a sua autonomia, bem como, beneficência, não maleficência e relevância social da pesquisa. Resultados: Apenas 13 indicadores da AF (25,6%) foram atendidos, indicando a necessidade de adequação dos serviços e repercutindo nas experiências vivenciadas durante a coleta de dados. As vivências refletem desafios decorrentes da explicação e compreensão dos aspectos éticos da pesquisa e/ou do comportamento do entrevistado. A capacitação do pesquisador-entrevistador foi essencial para o esclarecimento de fundamentos éticos da Resolução 466/12 e assegurar a participação dos entrevistados. Algumas mudanças comportamentais foram observadas durante as entrevistas, decorrentes de resistência ao responder perguntas, descontentamento ou negação em participar da pesquisa. Ressalta-se que alguns participantes sentiam-se avaliados ao responder as perguntas e a elevada satisfação de usuários em relação ao serviço, contraditória ao indicador de acesso a AF sendo que apenas 48,8% receberam os medicamentos prescritos. Conclusões: Os resultados reforçam a importância da capacitação do pesquisador-entrevistador na etapa de coleta de dados e garantia de aspectos éticos da pesquisa. Além disso, mostrar segurança e empatia ao entrevistado e não tornar a coleta de dados um ambiente avaliativo, são requisitos para dar continuidade a entrevista de forma ética e obtenção de dados que poderão subsidiar a melhora dos serviços públicos.

Percepções De Entrevistadores Voluntários Em Uma Pesquisa Epidemiologica Sobre a Covid-19 No Sul Do Brasil

“…Assim, cada questão e suas opções foram esclarecidas nos treinamentos. A necessidade de obtenção de respostas verossímeis em uma entrevista, destaca a relevância de uma postura ética e profissional por parte do entrevistador, para não criar relações de indução ou autoridade com o entrevistado (MINUZZI, et. al., 2019).…”

“…A dinâmica de trabalho em equipe é fundamental para o compartilhamento de sentimentos de coragem e resignação que impulsionava os participantes frente ao desconhecido, promovendo a ação necessária para cumprimento do dever ético, profissional e moral. Ao mesmo tempo que amparava receio e medo diante das primeiras abordagens em campo (MINUZZI, et. al., 2019).…”

“…Esses casos oportunizaram as entrevistadoras um momento de maior empatia, escuta ativa e reforço sobre a importância dessa medida de distanciamento para a contenção da pandemia. Ao final da entrevista, esses participantes de alguma forma também tinham seu esforço reconhecido e sentiam-se gratos por colaborarem, dados semelhantes são encontrados em relatos sobre outras participações em pesquisas (MINUZZI, et. al.…”