ResumoObjetivos: Cuidar de uma pessoa no fim da vida é um evento cada vez mais comum e constitui um desafio a nível físico, emocional, relacional e desenvolvimental. A integridade familiar, processo emocional caraterizado por sentimentos de conexão, continuidade e pertença na família, constitui um desafio normal no desenvolvimento das pessoas idosas, influenciado por fatores do sistema familiar. Este estudo explora as experiências de pessoas idosas cuidadoras principais de familiares com doença terminal e analisa a sua influência na construção da integridade familiar. Método: Foi administrada uma entrevista semiestruturada 10 cuidadoras familiares (65 a 80 anos). Resultados: Os resultados indicam que a prestação de cuidados familiares a pessoas com doença terminal constitui uma oportunidade de manifestação de apoio/responsabilidade familiar. Emergem especificidades relacionadas com o ato de cuidar que contribuem para o desenvolvimento da integridade familiar, nomeadamente: i) sentimentos de utilidade que alimentam o dever cumprido; ii) transmissão de um legado familiar simbólico (pautado pela ajuda ao próximo); iii) divisão de tarefas e responsabilidade familiar que garantem a perceção do apoio recebido e a libertação do ato de cuidar. Conclusão: Conclusão este estudo contribui para a valorização do cuidador familiar idoso e do sistema familiar como um todo, enaltecendo as alterações na configuração e dinâmica familiar.
Palavras-Chave: integridade familiar, cuidadores familiares, cuidados paliativos, doença terminal
AbstractObjectives: Caring for a person at the end of life is an increasingly common, as well as a physically, emotionally, relationally and developmentally challenging event. The family integrity, as an emotional process characterized by feelings of connection, continuity and belonging in the family, is a normal developmental challenge for the elderly, being heavily influenced by family system factors. This study explores the experiences of elderly caregivers of a relative with terminal illness and analyses its influence on the construction of family integrity. Method: A semi-structured interview was administered to 10 relative caregivers (65-80 years). Results: Results indicate that taking care of relatives with terminal illness is an opportunity to express support and responsibility. Specific aspects related to the act of caring that contribute to the development of family integrity, arise, namely: i) feelings of usefulness that nurture the accomplished duty; ii) transmission of a symbolic family legacy (marked by service to others); iii) division of family tasks and responsibility that enhance the perception of the support received and the release of caring. Conclusion: This study contributes to the appreciation of the elderly relative caregiver and of the family system as a wholeenhancingthe family configuration and dynamics.