O objeto do presente artigo são as relações entre os temas da imigração, da raça e do corpo em obras de autores brasileiros na passagem do século XIX e XX. O objetivo geral consiste em verificar como o corpo aparece no debate sobre imigração e raça entre os autores escolhidos. A motivação do estudo que deu origem ao artigo está relacionada ao crescimento do número de publicações e de referência ao corpo em estudos contemporâneos sobre imigração, tema que é parte de uma agenda maior de pesquisa e que será objeto de uma nova publicação. As reflexões que ora apresentamos foram desenvolvidas a partir da revisão bibliográfica realizada em duas frentes. A primeira consistiu na retomada de leituras de importantes obras e autores que se dedicaram a estudar por assim dizer os precursores do pensamento social no Brasil que abordaram o tema da formação do povo brasileiro no período aqui estudado. A segunda frente de trabalho consistiu na releitura de obras destes precursores agora confrontadas com a possível relação entre imigração, raça e corpo. Ao final, o artigo demonstra que o corpo apareça sobretudo a partir da ideia de raça e de sua interface com o debate sobre a formação do povo brasileiro no qual a miscigenação é o tema medular. Neste contexto, raça e, indiretamente o corpo, é central tanto para autores que destacam aspectos genéticos e biológicos quanto para os que defendem a perspectiva culturalista.